Por que precisamos de mais gestão e menos liderança?

O mundo corporativo, dos grandes negócios e das altas finanças está cheio de “heróis” que levam suas empresas aos mais elevados patamares e são vistos como seres diferenciados, super-humanos com alguma espécie de super-poder ou detentores de capacidades que transcendem nossa compreensão terrena.
Desde que a industrialização conquistou o mundo, temos reverenciado figuras como Henry Ford, Walt Disney, Lee Iacocca, Jack Welch, Steve Jobs e vários outros. No Brasil, também temos nossos herois corporativos. Silvio Santos, Antonio Ermírio de Moraes, Abílio Diniz e Jorge Paulo Lehmann, apenas para citar alguns.
É evidente que todos esses que citei e muitos outros tem seus méritos e merecem o reconhecimento que têm, mas o que será que os coloca nesse panteão dourado de respeito e admiração?
Uma das definições de liderança refere-se à arte de comandar pessoas, influenciando seus comportamentos e suas atitudes. Muitas vezes o líder é aquele que leva seu time à glória, contra tudo e contra todos, conquista o sucesso mesmo quando a probabilidade de alcança-lo dizia ser melhor nem tentar. Entretanto, no mundo empresarial, o que é muitas vezes esquecido é o fato que gestão vem antes que liderança. Como assim?
“Você gostaria de ser gerenciado por alguém que não lidera? E por que você iria querer ser liderado por alguém que não gerencia? ” Henry Mintzberg
Alguns fatores são comuns às empresas de sucesso, habitat de nossos herois corporativos: produtos ou serviços de sucesso, participação de mercado expressiva, resultados financeiros de fazer inveja etc. Todos esse fatores estão ligados à gestão, administração e ao planejamento, termos muito menos bacanas do que liderança. Associamos liderança à grandes feitos, batalhas vitoriosas e territórios conquistados. Ao mencionarmos administração o que nos vem à cabeça são pagamento de boletos, relatórios financeiros e controle de contas. Não há nada menos romântico do que uma planilha de Excel (se você hesitou, pare de ler e procure ajuda!).
Mas, um bom gestor, além de sua aptidão administrativa, precisa ter a capacidade de mover as pessoas e, nisso, ele se aproxima do líder. Em muitos momentos, é preciso recorrer a alguma frase do tipo: “Sei que isso parece não fazer muito sentido, mas confie em mim”. Ao dizer isso, o gestor está, de certa forma, ganhando mais tempo para mostrar resultados e demonstrar sua tese. Um líder que não entrega resultados consistentes, que não atinge metas desafiadores e que não demonstra clareza em suas ações será apeado de sua posição mais rápido do que a conquistou.
Não devemos nos enganar, por trás do véu reluzente que cobre nossos líderes há muita gestão ou, parafraseando outro grande líder, “sangue, suor e lágrimas”.
Caro Formanek,
Mais um ótimo texto, obrigado. Tenho para mim que o bom gestor é capaz de mobilizar recursos, mas o verdadeiro líder é capaz de influenciar pessoas e dirigir esforços que inevitavelmente promoverão resultados sustentáveis.
Churchill certamente se encaixa na segunda classificação sem, claro, deixar de ter todos os atributos e o ferramental de gestão.
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Perfeito seu comentário! Juntar em uma pessoa o melhor de um líder com o melhor de um gestor é a combinação perfeita. Não é fácil.
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