
Empreender no Brasil exige coragem. Como se já não bastassem os riscos próprios de qualquer atividade comercial, ainda temos a brutal carga tributária e uma enorme burocracia estatal.
Mesmo assim, contra tudo e contra todos, ainda temos pessoas que se dedicam a criar e a administrar uma empresa. E que bom que assim seja, pois, o empreendedorismo é a base da economia mundial e a mola que impulsiona a criação de riquezas e a prosperidade das nações.
Qualquer atividade empresarial envolve riscos. Por mais cuidado que se tenha, mesmo com todas as precauções, erros podem acontecer e, nessas horas, algumas medidas tomadas preventivamente farão toda a diferença. A questão que se coloca, então, é:
Como minimizar os riscos e estar preparado para enfrentar eventuais problemas?
Conforme crescem em tamanho e faturamento, as organizações empresariais também enfrentam um aumento significativo na complexidade de seus processos. Empresas grandes, normalmente possuem mecanismos de defesa que lhes permitem navegar de forma mais segura em águas turbulentas. Não é o caso de pequenas e médias empresas e nem o caso de pequenos empreendedores que colocam todas as suas economias e esperanças em um determinado negócio. A seguir listo alguns erros cometidos por empreendedores e pequenos empresários (mas que tem muita gente grande errando também!).
ERRO #1: NÃO PLANEJAR
Planejar significa antever uma situação futura e se preparar para enfrentá-la. Muitos empreendedores se deixam levar pela emoção de uma ideia aparentemente brilhante e se esquecem de definir certos parâmetros operacionais que acabam gerando impactos negativos no negócio. Uma ideia, por mais deslumbrante que possa parecer, deve ser submetida a um Plano de Negócios. É esse plano que revelará, ao fim de sua correta elaboração e análise, se a ideia tem potencial para virar um negócio ou não. Que ajustes precisam ser feitos para que um determinado produto ou serviço estejam aptos a competir no mercado? Mesmo no caso de negócios já estabelecidos, o planejamento deve ser uma ferramenta de uso contínuo que permita à empresa se adaptar a um mercado dinâmico e aproveitar as oportunidades que aparecem ao longo do tempo.
ERRO #2: FALTA DE CONTROLES FINANCEIROS
Diversas pesquisas apontam que uma das maiores causas da quebra de empresas nos dois primeiros anos de existência é a falta de capital de giro, ou seja, a incapacidade de fazer frente às despesas operacionais da organização, tais como: folha de pagamento, aluguel, contas mensais, fornecedores etc. Esse problema pode ocorrer, inclusive, em empresas que tenham bons produtos e boa base de clientes, mas que não possuam um controle correto de seu fluxo de caixa e não façam o gerenciamento adequado de seu faturamento versus despesas ao longo do tempo.
ERRO #3: NÃO SABER QUANTO COBRAR
A menos que se trate de um monopólio, uma empresa, em geral, encontra-se imersa em um ambiente altamente competitivo em que a preferência dos clientes é disputada de forma intensa. A decisão de compra é influenciada por diversos fatores como confiança na marca, conveniência, prazo de entrega, qualidade e… preço! Ao criar um negócio, nada mais natural que o empreendedor pesquise os preços praticados por seus concorrentes para produtos e/ou serviços similares. Esse procedimento pode ser usado de maneira inicial e como ponto de partida para o planejamento orçamentário, mas alguns cuidados devem ser tomados. A formação de preços é um item extremamente importante e dele dependerá a saúde financeira da empresa (acesse aqui o artigo em que falo especificamente sobre esse assunto). A precificação deve passar por um processo que inclui o levantamento de custos fixos, custos de produção, tamanho de lote, giro de estoque, prazo de pagamento de fornecedores, prazo de recebimento por vendas, entre outros. Basear o preço de um produto apenas levando em conta o que a concorrência pratica pode ter consequências desastrosas.
ERRO #4: NÃO TER PROCESSOS DEFINIDOS
Uma organização empresarial é um sistema e, como tal, possui processos: sequências de atividades ou tarefas ordenadas que propiciam a transformação de uma coisa em outra com maior valor agregado. Em uma empresa, o conjunto de processos faz parte do seu método gerencial e consiste em estabelecer certos procedimentos lógicos que permitam a tomada de decisões. Processos bem definidos são aqueles que permitem aprimoramento contínuo, seja reduzindo custos, seja eliminando erros e tarefas desnecessárias. A falta de processos claros e eficientes torna a empresa lenta e a impede de se destacar no mercado.
ERRO #5: NÃO ESCOLHER AS PESSOAS CERTAS
Talvez o maior erro que empresas de qualquer tamanho ou setor de atuação possam cometer é não ter as pessoas certas nos lugares necessários. Ao passo que grandes organizações possuem, normalmente, setores de recursos humanos que promovem treinamentos e o desenvolvimento de seus funcionários, pequenos negócios nem sempre contam com o apoio de profissionais de recrutamento e seleção e baseiam suas contratações apenas na intuição de seus sócios. Mesmo nesses casos, pequenas empresas devem desenvolver métodos de contratação de pessoal de acordo com as competências exigidas por determinada função, por mais simples que ela seja. Se, em uma organização de médio ou grande porte, contratar de forma equivocada pode causar grandes transtornos, uma empresa iniciante simplesmente não pode se dar ao luxo de errar nesse aspecto.
Certamente, a administração de uma empresa possui uma grande variedade de desafios. Não cometer erros não basta para atingir o sucesso esperado, mas evitá-los e saber corrigi-los, caso ocorram, no menor tempo possível, pode ser a diferença entre se manter competitivo e simplesmente fechar as portas.
Obrigado Ricardo. Excelentes conselhos.
Cordiais Saudações.
Instituto Tibagi 25 anos – Educação, fica muito caro quando não se faz.
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Muito obrigado, professor Édio. Sua contribuição é sempre muito valorosa.
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